Então artistas vão engolir o mundo.

É chegada a hora em que artistas não esperarão um espaço, um museu, vitrines físicas e burocráticas para suas artes.
É chegado o momento (como em todo momento na história da arte) em que artistas aparecerão muito mais, produzirão como produção bruta, produzirão muito mais e sem as amarras deixadas a mostra pelos lugares que "abraçam" nossas performances, instalações, exposições e todas as outras coisas que nos cabem (e o que não nos cabe fazer).
Os muros que guardam, na verdade, muitas vezes são os mesmos que oprimem e proíbem, mas isso seria por vontade própria?
Insisto em dizer que não, mas sim por alguém ou algo um pouco maior que insiste em dizer que nós artistas contando uma história verídica estamos ameaçando algo na vivência dos seres vivos e não vivos.
Sinto no meu peito, nas minhas mãos, e em tudo que encobre o meu corpo que a cara de pau (se me permitem chamar assim) do Coletivo de Teatro És uma louca no Rio de Janeiro depois de um silênciamento nada discreto do governador Wilson Witzel foi um passo muito bem dado e um grito de liberdade pelo fato de que não precisamos de paredes e uma localidade fechada para produzir, mostrar e (ou) fazer acontecer nossa arte.
Um cala boca até em artistas que por sua vez insistem em afirmar que arte é apenas o que está trancado  por trás de paredes de um museu (que eu ainda não tenho a ousadia de intitular como "qualquer" mas um dia creio ter essa coragem ao me referir a meras paredes levantadas com um nome diferente e exótico).
A rua é o maior museu que podemos ter, e claro, perante meus impostos é como se eu pagasse o aluguel dessa grande locação.

Artistas produzirão mais porque não esperarão por paredes.

- Nathália Fiuza.

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